As heranças gastronômicas deixadas pelos bandeirantes nas regiões do Vale do Paraíba, Litoral e todas as cercanias do estado até Minas Gerais, estão genuinamente representadas na cozinha da chef Angelita Gonzaga, que por sinal, não é de nenhuma dessas regiões. Ela é nascida em Vitória (ES) e é a artista plástica.
Instalado em uma rua tradicional do bairro da Vila Romana, zona oeste, a casa tem quintal repleto de plantas e verduras, como a exótica ora-pro-nobis (pereskia aculeata), do latim "rogai por nós", que é uma cactácea ou um cacto trepadeira com folhas e espinhos. É um vegetal rico em ferro, ajuda a curar anemias das mais graves e usa-se também como o orégano, em forma de folha seca e moída. No Garimpos do Interior o vegetal vem em pratos, como a suculenta rabada.
A casa é decorada com fogão a lenha, panelas de ferro e cestos. Pode-se optar entre 180 rótulos de cachaça e provar pratos do interior de São Paulo e de Minas.
Da cozinha, preciosidades como o pastel de angu (com recheio de carne ou queijo) bem sequinho e crocante. Do Vale do Paraíba a rabada cozida com batata-doce e batata inglesa, agrião ou ora-pro-nóbis, acompanhada de arroz, angu, feijão e farofa, é divina e vale a investida.
Entre outras boas opções, tem ainda a galinhada caipira (aos domingos) feita com arroz e açafrão. O tutu à mineira; o leitão na lata; e, claro, aos sábados, a feijoada (com feijão-manteiga, e não o preto). E pra finalizar, um cafezinho (também vindo do interior) que chega à mesa em um coador de pano, com água, pó e açúcar separados, para que cada cliente prepare o seu na sua medida, munidos de um delicioso doce de leite.
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